Anexo:Lista de reis de Portugal
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Pavilhão pessoal dos Reis de Portugal (séculos XVIII a XX).
Esta é uma lista de reis de Portugal, desde a independência do Reino de Leão em 1139 até à implantação da República em 5 de Outubro de 1910. A título prévio, são mostrados também os condes de Portugal que antecederam directamente o primeiro rei português.
Índice
[esconder]
• 1 Condado Portucalense
• 2 Primeira Dinastia – de Borgonha ou Afonsina
• 3 Interregno (1383 - 1385)
• 4 Segunda Dinastia – de Avis ou Joanina
• 5 Terceira Dinastia – Filipina, de Habsburgo ou de Áustria
• 6 Quarta Dinastia – de Bragança ou Brigantina
• 7 Notas
• 8 Titulatura régia
• 9 Bibliografia
• 10 Ver também
[editar] Condado Portucalense
Ver artigo principal: Condado Portucalense
Casa reinante: Casa de Vímara Peres
Foram condes da casa de Vímara Peres (nem sempre em linha recta, mas recorrendo às vezes à sucessão congnática):
• Vímara Peres (c. 868-873)
• Lucídio Vimaranes (filho do precedente - 873-?)
• Onega Lucides (filha do precedente) ∞ Diogo Fernandes (?-antes de 924)
• Mumadona Dias (filha dos precedentes) ∞ (926) Hermenegildo Gonçalves (também chamado Mendo I Gonçalves, filho do conde Gonçalo Afonso Betote)
• Gonçalo I Mendes (filho dos precedentes) (c. 950-999; em 997 intitula-se magnus dux portucalensium)
• Mendo II Gonçalves (filho [ou neto?] do precedente) (999-1008) ∞ Tutadona Moniz
• Alvito Nunes (descendente de Vímara Peres, casado com a condesa Tutadona Moniz) (1008-1015)
• Ilduara Mendes (filha de Mendo Gonçalves) ∞ Nuno II Alvites (filho do precedente) (1017-1028)
• Mendo III Nunes (1028-1050)
• Nuno II Mendes (1050-1071) - último conde da família de Vímara Peres; derrotado pelo rei Garcia da Galiza na batalha de Pedroso.
(As datas entre parêntesis indicam o período durante o qual existem documentos assinados pelo conde em causa, e que permitem assim determinar o seu tempo de governo).
Casa reinante: Borgonha
• D. Henrique da Borgonha, Conde de Portucale (r. 1093-1112)
• D. Teresa (Tareja) de Leão, regente na menoridade do filho (r. 1112 - 1128), com o título de regina («rainha»)
• D. Afonso Henriques, Conde de Portucale e depois primeiro Rei de Portugal (r. 1112 - 1139)
[editar] Primeira Dinastia – de Borgonha ou Afonsina
Ver artigo principal: Dinastia de Borgonha
Casa reinante: Borgonha
# Nome Início do governo Fim do governo Cognome(s) Notas
1 D. Afonso I
27 de Julho de 1139
6 de Dezembro de 1185
O Conquistador
O Fundador
O Grande Também chamado D. Afonso Henriques (Afonso, filho de D. Henrique; aqui radica a designação que os muçulmanos lhe atribuíram, Ibn-Arrik - «filho de Henrique»).
2 D. Sancho I
6 de Dezembro de 1185
27 de Março de 1211
O Povoador
3 D. Afonso II
27 de Março de 1211
25 de Março de 1223
O Gordo
O Crasso
O Gafo
O Legislador
4 D. Sancho II
25 de Março de 1223
1247
O Capelo
O Piedoso
O Pio Deposto pelo Papa Inocêncio IV no I Concílio de Lyon, em 1245, sob a acusação de «rex innutilis», viria a abdicar em 1247, exilando-se em Toledo, e vindo a falecer pouco tempo depois, em inícios de 1248.
5 D. Afonso III
3 de Janeiro de 1248
16 de Fevereiro de 1279
O Bolonhês
Regente de Portugal, sob o título de Procurador e Defensor do Reino, desde 21 de Setembro de 1245, até à data da morte do irmão, quando assume plenamente a realeza.
6 D. Dinis I
16 de Fevereiro de 1279
7 de Janeiro de 1325
O Lavrador
O Rei-Trovador
O Rei-Poeta
O Rei-Agricultor
7 D. Afonso IV
7 de Janeiro de 1325
28 de Maio de 1357
O Bravo
8 D. Pedro I
28 de Maio de 1357
18 de Janeiro de 1367
O Justiceiro
O Cruel
O Cru
O Vingativo
O Tartamudo
O Até-ao-Fim-do-Mundo-Apaixonado
9 D. Fernando I
18 de Janeiro de 1367
22 de Outubro de 1383
O Formoso
O Belo
O Insconstante
O Insconsciente
(10) D. Beatriz I
22 de Outubro de 1383
6 de Abril de 1385
(ver nota 1)
[editar] Interregno (1383 - 1385)
Designação dada pela historiografia oficial ao período que medeia a morte de D. Fernando e a ascensão ao trono do seu meio-irmão, o Mestre de Avis D. João, e que compreende as regências de Leonor Teles e do próprio Mestre de Avis.
# Nome Início do governo Fim do governo Notas
D. Leonor Teles de Menezes
22 de Outubro de 1383
16 de Dezembro de 1383
Exerce a regência em nome da sua filha D. Beatriz
D. João, Mestre de Avis
16 de Dezembro de 1383
6 de Abril de 1385
[editar] Segunda Dinastia – de Avis ou Joanina
Ver artigo principal: Dinastia de Avis
Casa reinante: Avis
# Nome Início do governo Fim do governo Cognome(s) Notas
11 (10) D. João I
6 de Abril de 1385
14 de Agosto de 1433
O da Boa Memória
12 (11) D. Duarte I
14 de Agosto de 1433
9 de Setembro de 1438
O Eloquente
O Rei-Filósofo
13 (12) D. Afonso V
9 de Setembro de 1438
11 de Novembro de 1477
O Africano Abdica em favor do filho, que assumia já as funções de regente do Reino.
14 (13) D. João II
11 de Novembro de 1477
15 de Novembro de 1477
O Príncipe Perfeito
O Tirano É aclamado rei nas Cortes de Santarém de 1477; abdica ao regressar ao Reino o seu pai.
13 (12) D. Afonso V
15 de Novembro de 1477
28 de Agosto de 1481
O Africano Reassume a realeza.
14 (13) D. João II
28 de Agosto de 1481
25 de Outubro de 1495
O Príncipe Perfeito
O Tirano
Casa reinante: Avis-Beja
# Nome Início do governo Fim do governo Cognome(s) Notas
15 (14) D. Manuel I
25 de Outubro de 1495
13 de Dezembro de 1521
O Venturoso
O Bem-Aventurado
O Afortunado (ver nota 2)
16 (15) D. João III
13 de Dezembro de 1521
11 de Junho de 1557
O Piedoso
O Pio
17 (16) D. Sebastião I
11 de Junho de 1557
27 de Agosto de 1578
O Desejado
O Encoberto
O Adormecido
18 (17) D. Henrique I
27 de Agosto de 1578
31 de Janeiro de 1580
O Casto
O Cardeal-Rei
O Eborense/O de Évora
- Conselho de
Governadores
do Reino de
Portugal
31 de Janeiro de 1580
24 de Julho de 1580
19 (18) D. António I
24 de Julho de 1580
25 de Agosto de 1580
(em Portugal Continental)
1583 (na ilha Terceira)
O Prior do Crato
O Determinado
O Lutador
O Independentista (ver nota 3)
[editar] Terceira Dinastia – Filipina, de Habsburgo ou de Áustria
Ver artigo principal: Dinastia Filipina
Casa reinante: Habsburgo (ou Casa de Áustria)
Os soberanos desta dinastia foram também reis de Castela, Países Baixos, Nápoles, Sicília, Leão, Aragão, Valência, Galiza, Navarra, Granada, duques da Borgonha, etc., títulos genericamente reunidos sob a designação de Reis de Espanha.
# Nome Início do governo Fim do governo Cognome(s) Notas
20 (19) Filipe I
17 de abril de 1581
13 de Setembro de 1598
O Prudente também Filipe II em Espanha (1556-1598) (ver nota 4)
21 (20) Filipe II
13 de Setembro de 1598
31 de Março de 1621
O Pio
O Piedoso Filipe III em Espanha (1598-1621)
22 (21) Filipe III
31 de Março de 1621
1 de Dezembro de 1640
O Grande Filipe IV em Espanha (1621-1665)
Durante este período de sessenta anos, os reis fizeram-se representar em Portugal por um vice-rei ou um corpo de governadores - veja a lista de vice-reis durante a dinastia filipina.
À revolta de 1 de Dezembro de 1640 seguiu-se a Guerra da Aclamação, depois chamada, pela historiografia romântica do século XIX, como Guerra da Restauração. |}
[editar] Quarta Dinastia – de Bragança ou Brigantina
Ver artigo principal: Dinastia de Bragança
Casa reinante: Bragança
# Nome Início do governo Fim do governo Cognome(s) Notas
23 (22) D. João IV
15 de Dezembro de 1640
6 de Novembro de 1656
O Restaurador
O Afortunado
24 (23) D. Afonso VI
6 de Novembro de 1656
12 de Setembro de 1683
O Vitorioso
O Prisioneiro Regências de Luísa de Gusmão (6 de Novembro de 1656 – 23 de Junho de 1662) e do Infante D. Pedro (23 de Novembro de 1668 – 12 de Setembro de 1683)
25 (24) D. Pedro II
12 de Setembro de 1683
9 de Dezembro de 1706
O Pacífico
26 (25) D. João V
1 de Janeiro de 1707
31 de Julho de 1750
O Magnânimo
O Magnífico
O Rei-Sol Português
O Freirático
27 (26) D. José I
31 de Julho de 1750
24 de Fevereiro de 1777
O Reformador
28 (27) D. Maria I
24 de Fevereiro de 1777
20 de Março de 1816
A Piedosa
A Louca Regência do Príncipe D. João (despacho governativo: 1792 – 1799; regente: 15 de Julho de 1799 – 20 de Março de 1816)
- D. Pedro III
24 de Fevereiro de 1777
5 de Março de 1786
O Capacidónio
O Sacristão
O Edificador Rei-consorte de D. Maria I
29 (28) D. João VI
20 de Março de 1816
10 de Março de 1826
O Clemente Regente de Portugal 1792-1799; Príncipe-Regente de Portugal e Algarves 1799-1808; Príncipe-Regente de Portugal, Brasil e Algarves (1808-1816; Rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (1816-1825); Rei de Portugal e dos Algarves e Imperador Titular do Brasil (1825-1826)
30 (29) D. Pedro IV
26 de Abril de 1826
2 de Maio de 1826
O Rei-Soldado
O Rei-Imperador
O Libertador Também Imperador do Brasil (1 de Dezembro de 1822 – 7 de Abril de 1831); regente de Portugal (1831 – 1834)
31 (30) D. Maria II
2 de Maio de 1826
11 de Julho de 1828
A Educadora
A Boa-Mãe
32 (31) D. Miguel I
11 de Julho de 1828
26 de Maio de 1834
O Rei Absoluto
O Absolutista
O Tradicionalista
O Usurpador Regente em nome de D. Maria II (2 de Maio de 1826 – 11 de Julho de 1828)
31 (30) D. Maria II
20 de Setembro de 1834
15 de Novembro de 1853
A Educadora
A Boa-Mãe Regência do pai D. Pedro (1831 – 1834)
- D. Fernando II
16 de Setembro de 1837
15 de Novembro de 1853
O Rei-Artista Rei-consorte de D. Maria II; oriundo da família de Saxe-Coburgo-Gotha
(ver nota 5)
Casa reinante: Bragança-Saxe-Coburgo-Gota (ou Bragança-Wettin)
# Nome Início do governo Fim do governo Cognome(s) Notas
33 (32) D. Pedro V
15 de Novembro de 1853
11 de Novembro de 1861
O Esperançoso
O Bem-Amado
O Muito Amado Regência do pai D. Fernando (15 de Novembro de 1853 - 16 de Setembro de 1855)
34 (33) D. Luís I
11 de Novembro de 1861
19 de Outubro de 1889
O Popular
O Bom
O Rei-Marinheiro
35 (34) D. Carlos I
19 de Outubro de 1889
1 de Fevereiro de 1908
O Diplomata
O Martirizado
O Mártir
O Oceanógrafo
O Rei-Pintor (ver nota 6)
36 (35) D. Manuel II
1 de Fevereiro de 1908
5 de Outubro de 1910
O Patriota
O Desventurado
O Estudioso
O Bibliófilo
O Rei-Saudade Implantação da República
[editar] Notas
(1) Rainha de jure e de facto (era a única herdeira legítima do trono deixado vago pela morte de D. Fernando I), D. Beatriz, casada com João I de Castela, foi aclamada Rainha em grande parte do Reino, exercendo a regência em seu nome, durante quase dois anos, a rainha-viúva, sua mãe D. Leonor Teles de Menezes; o seu marido D. João de Castela acrescentou mesmo o senhorio dos Reinos de Portugal e Algarve aos seus títulos, e mandou cunhar moeda com as armas de Leão e Castela partidas com as de Portugal. Contudo, desde o início do reinado, várias vilas e cidades do reino começaram-se a revoltar, temendo a perda da independência, vindo paulatinamente a engrossar o partido que se foi constituindo à roda do Mestre de Avis. Com a subida ao trono do Mestre de Avis, após as Cortes de Coimbra de 1385, a historiografia oficial passou a negar a realeza de D. Beatriz e até, em alguns casos extremos, a negar ser filha biológica de D. Fernando, por forma a refutar o facto de ter sido rainha de Portugal.
(2) Por morte de D. João II sem filhos legítimos (o príncipe D. Afonso falecera em condições trágicas nunca completamente esclarecidas em 1491), nem irmãos sobrevivos (a infanta Santa Joana, sua irmã, falecera em 1490), não obstante haver tentado legitimar um seu bastardo, o infante D. Jorge de Lencastre, futuro Duque de Coimbra, a Coroa Portuguesa acabou por passar para o seu primo e cunhado D. Manuel, Duque de Beja, o qual era filho de D. Fernando, Duque de Viseu (irmão do rei D. Afonso V), e de D. Beatriz (filha do infante D. João, o penúltimo dos membros da Ínclita Geração). Assim, embora pelo lado do pai fosse neto do rei D. Duarte, e pelo lado da mãe, bisneto de D. João I, o facto de não ser herdeiro directo, mas sim colateral, leva a que surjam, por vezes, referências a uma quebra na dinastia de Avis ao nível da casa reinante, considerando-se inaugurada assim a Casa de Avis-Beja (em homenagem ao ducado no qual fora investido por D. João II, e que detinha à data da sua aclamação, em 1495), a qual se manteria no poder até ao fim da dinastia, em 1580.
(3) D. António I foi rei de Portugal desde 19 de Junho de 1580, data da sua formal aclamação ao trono em Santarém, até à derrota na batalha de Alcântara, a 25 de Agosto seguinte. Continuou a reinar no entanto "de jure" a partir do estrangeiro, e reinou "de facto" até 1583 no território açoriano, onde prosseguiu a guerra ao invasor. A historiografia oficial negou-lhe a condição de rei (por ser tido como filho bastardo e cristão-novo o que não é verdade pois era real a Legitimidade de D. António), tanto sob os Filipes, como também sob os Braganças. Deve-se a uma obra do Professor Joaquim Veríssimo Serrão a reabilitação da sua figura, que deve assim figurar no número dos reis de Portugal, posto embora a brevidade do seu reinado.
(4) Filipe II começou logo a exercer o seu poder ainda em 1580, embora apenas parcialmente, pois ainda não dominava todo o território; só em 1581, com as Cortes de Tomar, se tornou Rei de Portugal de jure, e apenas em 1583 conseguiu abafar todos os pontos que ainda eram afectos ao Prior do Crato.
(5) Esta alegada mudança de nome na Dinastia de Bragança, reinante em Portugal, por morte de D. Maria II, para Bragança-Saxe-Coburgo-Gotha (ou mais correctamente, Bragança-Wettin), não é de todo reconhecida pela historiografia portuguesa, sendo antes uma criação das historiografias estrangeiras (sobretudo a francesa, que não reconhece a sucessão por via feminina, fazendo assim aplicar à dinastia reinante em Portugal o nome dinástico do rei consorte). Assim, embora a linha de sucessão prossiga em linha recta, pelo casamento da Rainha D. Maria II com um príncipe estrangeiro (D. Fernando II de Saxe-Coburgo-Gotha), teria cessado na Casa Real portuguesa a varonia de D. Afonso Henriques, mantida ao longo de sete séculos (note-se que a outra rainha portuguesa, D. Maria I, casara com o tio D. Pedro III, pelo que se manteve o sangue do primeiro rei de Portugal), tendo então passado a correr o sangue da casa de Wettin nas veias dos Bragança. Contudo, em Portugal sempre as mulheres puderam transmitir o nome, bem como o património, na falta de herdeiro varão na família. Isto leva a encontrar-se por vezes escrito, entre historiadores estrangeiros, a existência de uma quinta dinastia em Portugal - uma divisão aparentemente artificial dentro da última dinastia real portuguesa, governada pela suposta casa de Bragança-Wettin, a qual compreenderia os reis entre D. Pedro V e D. Manuel II. Para todos os efeitos, considera-se mais válida a divisão tradicional em quatro dinastias, face à legalidade da designação de dinastia de Bragança, única utilizada, e determinada pela Casa Real e pela generalidade das pessoas, até 1910 e depois dessa data.
(6) O herdeiro do trono, D. Luís Filipe, Príncipe Real de Portugal, ainda que tenha sobrevivido escassos minutos ao seu pai, não foi nunca considerado como rei de Portugal (embora tenha sido chamado, por alguns estrangeiros, de D. Luís II); nem o poderia ser, pois em Portugal só eram considerados reis "de jure" os príncipes depois de jurarem os foros, liberdades e garantias no acto da sua aclamação ao trono (até 1834), ou de jurarem a Constituição (depois daquela data), em sessão solene e plenária das Cortes. Desta forma, o trono recaiu de imediato no seu irmão mais novo, D. Manuel II, depois de juramentado.
(*) Todos estes reis foram também soberanos do reino do Algarve, a partir de D. Afonso III; antes dele, D. Sancho I usou esse título (ou o alternativo rei de Silves) entre 1189 e 1191.
[editar] Titulatura régia
Ao longo da história, o título oficial dos Reis de Portugal foi sendo alterado. Os Reis de Portugal (e antes deles, os Condes de Portucale) tiveram os seguintes títulos:
Período Título Usado por Motivo
1096–1112
Conde de Portucale
(Comes Portugalensis)
Pela Graça de Deus, Conde e Senhor de Todo o Portucale
(Dei Gratiae, Comes et Totius Portugalensie Dominus) Henrique de Borgonha
1112–1128
Rainha de Portucale
(Portucalensis Regina) Teresa de Leão
De acordo com a tradição peninsular, as filhas dos reis podiam-se intitular sempre rainhas, ainda que não o fossem de facto.
1128–1140
Duque de Portucale
(Dux Portugalensis) Afonso Henriques
Sendo neto do Imperador Afonso VI, D. Afonso Henriques usará a intitulação de Dux, e já não a de Comes, como fez seu pai.
1140–1189
Pela Graça de Deus, Rei dos Portugueses
(Dei Gratiae, Rex Portugalensium) D. Afonso Henriques, D. Sancho I
Afonso Henriques proclamado rei.
1189–1191
Pela Graça de Deus, Rei de Portugal e de Silves
(Dei Gratiae, Rex Portugaliae & Silbis)
Pela Graça de Deus, Rei de Portugal, de Silves e do Algarve
(Dei Gratiae, Rex Portugaliae, Silbis & Algarbii; esta intitulação surge em dois documentos nos quais D. Sancho restaura a diocese de Silves em favor de D. Nicolau) D. Sancho I
Tomada de Silves (1189).
1191–1211
Pela Graça de Deus, Rei dos Portugueses
(Dei Gratiae, Rex Portugalensium) D. Sancho I
Perda de Silves, retomada pelos Almóadas (1191).
1211–1248
Pela Graça de Deus, Rei de Portugal
(Dei Gratiae, Rex Portugaliae) D. Afonso II, D. Sancho II
1248–1259
Pela Graça de Deus, Rei de Portugal e Conde de Bolonha
(Dei Gratiae, Rex Portugaliae & Comes Boloniae) D. Afonso III
Afonso, casado com Matilde II, condessa de Bolonha, ascende ao trono por morte do irmão sem herdeiros.
1259–1267
Pela Graça de Deus, Rei de Portugal
(Dei Gratiae, Rex Portugaliae) D. Afonso III
Pela morte de D. Matilde, Afonso III abandona o título de Conde de Bolonha (1259).
1267–1369
Pela Graça de Deus, Rei de Portugal e do Algarve
(Dei Gratiae, Rex Portugaliae & Algarbii) D. Afonso III, D. Dinis, D. Afonso IV, D. Pedro I, D. Fernando I
D. Afonso III recebe o senhorio do Algarve pelo Tratado de Badajoz (1267).
1369–1371
Pela Graça de Deus, Rei de Castela, de Leão, de Portugal, de Toledo, da Galiza, de Sevilha, de Córdova, de Múrcia, de Jáen, do Algarve, de Algeciras e Senhor de Molina D. Fernando I
Pretensão de D. Fernando à Coroa de Castela.
1371–1383
Pela Graça de Deus, Rei de Portugal e do Algarve D. Fernando I
Renúncia aos títulos castelhanos após a Paz de Alcoutim (1371).
1383–1385
Pela Graça de Deus, Rainha de Castela, de Leão, de Portugal, de Toledo, da Galiza, de Sevilha, de Córdova, de Múrcia, de Jáen, do Algarve, de Algeciras e Senhora da Biscaia D. Beatriz I e João I de Castela
Pretensão de D. Beatriz à Coroa de Portugal.
1385–1415
Pela Graça de Deus, Rei de Portugal e do Algarve D. João I
Renúncia aos títulos castelhanos após a derrota de João I de Castela na Batalha de Aljubarrota (1385).
1415–1458
Pela Graça de Deus, Rei de Portugal e do Algarve, e Senhor de Ceuta D. João I, D. Duarte, D. Afonso V
Conquista de Ceuta (1415).
1458–1471
Pela Graça de Deus, Rei de Portugal e do Algarve, e Senhor de Ceuta e de Alcácer em África D. Afonso V
Conquista de Alcácer Ceguer (1458).
1471–1475
Pela Graça de Deus, Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África D. Afonso V
Conquista de Arzila e Tânger (1471) e elevação do senhorio do Norte de África à condição de Reino d'Além-Mar.
1475–1479
Pela Graça de Deus, Rei de Castela, de Leão, de Portugal, de Toledo, de Galiza, de Sevilha, de Córdova, de Jáen, de Múrcia, dos Algarves d'Aquém e d'Além Mar em África, de Gibraltar, de Algeciras, e Senhor da Biscaia e de Molina D. Afonso V
Pretensão de D. Afonso V à Coroa de Castela, pelo seu casamento com Joana, a Beltraneja.
1479–1485
Pela Graça de Deus, Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África D. Afonso V, D. João II
Renúncia aos títulos castelhanos após a Paz das Alcáçovas-Toledo.
1485–1499
Pela Graça de Deus, Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, e Senhor da Guiné D. João II, D. Manuel I
Criação do senhorio da Guiné abrangendo as possessões portuguesas que se estendiam pelo Golfo da Guiné.
1499–1580
Pela Graça de Deus, Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc. D. Manuel I, D. João III, D. Sebastião, D. Henrique, D. António
Após o regresso de Vasco da Gama da Índia, em 1499, o título régio é reformulado e atinge a sua plenitude.
1580–1640
Pela Graça de Deus, Rei de Castela, de Leão, de Aragão, das Duas Sicílias, de Jerusalém, de Portugal, de Navarra, de Granada, de Toledo, de Valência, da Galiza, de Maiorca, de Sevilha, da Sardenha, de Córdova, da Córsega, de Múrcia, de Jáen, dos Algarves, de Algeciras, de Gibraltar, das Ilhas de Canária, das Índias Orientais e Ocidentais, Ilhas e Terra Firme do Mar-Oceano, Conde de Barcelona, Senhor da Biscaia e de Molina, Duque de Atenas e de Neopátria, Conde de Rossilhão e da Cerdanha, Marquês de Oristano e de Gociano, Arquiduque de Áustria, Duque da Borgonha, do Brabante e de Milão, Conde de Habsburgo, da Flandres e do Tirol, etc. D. Filipe I, D. Filipe II, D. Filipe III
Com o domínio filipino, juntam-se os demais títulos dos Áustrias à titulatura portuguesa.
1640–1815
Pela Graça de Deus, Rei (ou Rainha) de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor(a) da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc. D. João IV, D. Afonso VI, D. Pedro II, D. João V, D. José I, D. Maria I (com D. Pedro III)
Com a Restauração da Independência (1640), regressa-se ao velho estilo adoptado por D. Manuel I.
1815–1825
Pela Graça de Deus, Rei (ou Rainha) do Reino Unido de Portugal, Brasil e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor(a) da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc. D. Maria I, D. João VI
O Brasil é elevado a Reino dentro do Império Português (1815).
1825–1826
Pela Graça de Deus, Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc. D. João VI
Após o reconhecimento da independência do Império do Brasil por D. João VI (1825), retorna-se à fórmula anterior.
1826
Por Graça de Deus e Unânime Aclamação dos Povos, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil, Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc. D. Pedro IV
Durante o seu breve reinado de oito dias, embora mantendo a destrinça entre os dois Estados, o título reflectiu a união das duas coroas sobre a cabeça do mesmo dinasta.
1826–1910
Pela Graça de Deus, Rei (ou Rainha) de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor(a) da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc. D. Maria II, D. Miguel I, D. Maria II (com D. Fernando II), D. Pedro V, D. Luís I, D. Carlos I, D. Manuel II
Após a abdicação de D. Pedro em favor da filha, retorna-se definitivamente à fórmula anterior, que vigorará agora até ao fim da Monarquia.
Quanto ao estilo usado nas formas de adereçamento ao monarca, também ele evoluiu da seguinte maneira:
Período Estilo Usado por Motivo
1140–1577
Sua Alteza Real (SAR) D. Afonso I, D. Sancho I, D. Afonso II, D. Sancho II, D. Afonso III, D. Dinis, D. Afonso IV, D. Pedro I, D. Fernando I, D. João I, D. Duarte, D. Afonso V, D. João II, D. Manuel I, D. João III, D. Sebastião
1577–1578
Sua Majestade (SM) D. Sebastião
Por ocasião da entrevista de Guadalupe (1577), concedida por Filipe II de Espanha a seu sobrinho D. Sebastião, e do tratamento majestático que lhe foi concedido pelo tio, D. Sebastião passa a usar a fórmula de adereçamento Sua Majestade, prenunciando o seu desejo imperial de conquista de África.
1578–1580
Sua Alteza Real (SAR) D. Henrique, D. António
Com a morte de D. Sebastião em Alcácer-Quibir, o Cardeal-Rei regressa à fórmula anterior, por considerar o tratamento majestático apenas adequado para o divino.
1580–1748
Sua Majestade (SM) Filipe I, Filipe II, Filipe III, D. João IV, D. Afonso VI, D. Pedro II, D. João V
Com a incorporação de Portugal nos domínios dos Habsburgos da Espanha, onde, devido à influência de Carlos V, rei de Castela e imperador da Alemanha, se havia difundido o tratamento de Majestade, este passa também à órbita portuguesa, mantendo-se mesmo após a Restauração da Independência (1640).
1748–1825
Sua Majestade Fidelíssima (SMF) D. João V, D. José I, D. Maria I (com D. Pedro III), D. João VI
D. João V consegue da Santa Sé o reconhecimento do título de Majestade Fidelíssima para a Coroa Portuguesa, por contraponto ao uso de Sua Majestade Católica em Espanha e Sua Majestade Cristianíssima em França.
1825–1826
Sua Majestade Imperial e Fidelíssima (SMI&F) D. João VI, D. Pedro IV
Com o reconhecimento da independência do Brasil, em 1825, D. João VI reserva também para si, ao abrigo das disposições do Tratado do Rio de Janeiro, o título de Sua Majestade Imperial; com a sua morte no ano seguinte, e a subida ao trono do filho mais velho, também ele imperador do Brasil (D. Pedro IV, mantém-se o uso da fórmula dúplice, até à sua abdicação em favor da filha D. Maria da Glória.
1826–1910
Sua Majestade Fidelíssima (SMF) D. Maria II, D. Miguel I, D. Maria II (com D. Fernando II), D. Pedro V, D. Luís I, D. Carlos I, D. Manuel II
Após a abdicação de D. Pedro IV, retorna-se ao anterior estilo.
[editar] Bibliografia
• FERNANDES, Isabel Alexandra. Reis e Rainhas de Portugal (5a. ed.). Lisboa: Texto Editores, 2006. ISBN 972-47-1792-5
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